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Gr?vida que tinge o cabelo coloca a sa?de do beb? em risco.

Domingo, 07 de agosto de 2011

Última Modificação: 25/01/2017 16:40:50 | Visualizada 198 vezes


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Pintar ou alisar o cabelo durante a gestação aumenta o risco de o bebê desenvolver leucemia. A conclusão é da dissertação de mestrado do biólogo Arnaldo Couto, pela Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP). Os dados apontam que o uso desses produtos químicos durante os primeiros 3 meses de gestação eleva em 1,8 vez o desenvolvimento de leucemia aguda em menores de 2 anos.  

 

A pesquisa foi feita em 15 centros de todas as regiões do Brasil, exceto a Norte. Couto analisou 650 mães: 231 com filhos diagnosticados com leucemia antes dos 2 anos e 419 mães sem filhos com câncer.  

 

Do grupo de mulheres cujos filhos tiveram leucemia, 15,2% usaram tinturas ou produtos de alisamento nos cabelos no primeiro trimestre de gestação. Entre as outras 419 mães sem filhos com a doença, 9,8% tingiram ou alisaram os cabelos no mesmo período.  

 

"A proposta de analisar a relação entre tintura de cabelo e possível desenvolvimento de câncer vem sendo estudada por diferentes pesquisadores com resultados contraditórios", afirma Couto, em entrevista à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).  

 

Segundo ele, esse é o primeiro estudo que analisa o risco de leucemia em bebês, principalmente durante a gestação. A pesquisa deve estar disponível ao público dentro de 6 meses.  

 

Desde os anos 70, estudos relacionam câncer ao uso de tinturas de cabelo, mas os levantamentos levavam em consideração pessoas mais velhas, com o hábito de tingir os cabelos por causa dos fios brancos. "Hoje em dia, o uso da tintura de cabelo é algo comum principalmente entre adolescentes", diz ele.  

 

Antes da gravidez, a estilista Noemy Costa, 28 anos, era frequentadora assídua de salões de beleza em busca de produtos para alisar o cabelo. Assim que soube que estava grávida de Morena, hoje com 1 mês, não pensou duas vezes e abandonou a química. "Eu já imaginava que fazia mal e depois que fiz um curso de amamentação conheci mais os riscos", diz.  

 

Recomendação 

 

Para o ginecologista e obstetra Natal Gianotto, Noemy agiu certo. Ele recomenda às pacientes gestantes nunca usar tinturas e alisantes de cabelo. "A composição desses produtos interfere na formação do bebê", alerta. "É contraindicado usá-los, especialmente no último trimestre da gravidez".  

 

O médico explica que os ingredientes químicos desses produtos podem agir sobre o sistema sanguíneo do bebê e provocar icterícia, o popular amarelão. Até mesmo os ingredientes dos cremes hidratantes podem trazer riscos para o feto.  

 

"A gestante só pode fazer uso de duas coisas na gravidez: vacinas e complementos vitamínicos, como ácido fólico e cálcio." A restrição a tinturas, xampus tonalizantes e cosméticos para alisamento deve se estender até 30 dias depois do parto.  

 

De 2009 a maio deste ano, foram registradas 388 internações por leucemia em hospitais de Maringá. Onze porcento dos pacientes tinham até 10 anos de idade. Só nos primeiros 5 meses do ano, foram 77 internações.  

 

Análise dos 150 compostos existentes nas tinturas, 32 foram considerados prejudiciais à saúde dos bebês, segundo a pesquisa.  

 

O que é 

 

Leucemia se refere a um grupo de cânceres que afetam as células brancas do sangue. A doença se desenvolve na medula óssea, a qual produz três tipos de células sanguíneas: células vermelhas que contêm hemoglobina e são responsáveis por transportar oxigênio pelo corpo; células brancas que combatem infecções; e plaquetas que auxiliam a coagulação sanguínea.  

 

Leucemia é caracterizada pela produção excessiva de células brancas anormais, superpovoando a medula óssea. A infiltração da medula óssea resulta na diminuição da produção e funcionamento de células sanguíneas normais. Dependendo do tipo, a doença pode se espalhar para os nódulos linfáticos, baço, fígado, sistema nervoso central e outros órgãos e tecidos, causando inchaço na área afetada.

 

Fonte: Carla Guedes/ www.odiario.com

Relação tintura de cabelo e câncer é estudada por diversos pesquisadores desde os anos 70. Crédito: Ricardo Lopes
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