Transformar o conhecimento aprendido em sala de aula em uma ferramenta para abrir o próprio negócio. Este é o objetivo de um número cada vez maior de estudantes, com perfil empreendedor, que ainda nem terminaram o curso superior e já planejam a abertura do empreendimento.  

Para auxiliar nesta tarefa e aumentar as chances de sucesso, os jovens empreendedores não estão sozinhos, podendo contar com empresas juniores, incubadoras tecnológicas e consultores especializados.  

Não basta ter boa vontade e capital. É preciso planejamento e inovação. É o que reúne as empresas juniores, que, apesar de contarem com apoio e orientação de professores do curso de graduação da área, se caracterizam como associações sem fins lucrativos, cujos trabalhos realizados são de responsabilidade exclusiva dos estudantes de graduação.  

O diretor-presidente da Consultoria e Soluções em Engenharia Química Júnior (Conseq), do curso de Engenharia Química da UEM, Lucas Ferrarini Fan, explica que participar desse projeto é a oportunidade de vivenciar na prática a teoria aprendida em sala de aula.  

Segundo ele, através da empresa júnior, pode-se desenvolver e aprimorar a habilidade de gerir pessoas e negócios, compartilhar experiência com empreendedores que também procuram seu espaço no mercado de trabalho e de estabelecer o networking (rede de contatos).  

Outro ponto positivo é que aprende-se desde cedo a respeitar hierarquias, conquista-se experiência para concorrer a um bom emprego, após a conclusão do curso, e convive-se com o desafio de desenvolver bons projetos com um orçamento mais limitado.  

Para participar das empresas juniores os candidatos passam por testes seletivos semelhantes aos encontrados em qualquer empresa sênior. Desse modo, o interessado envia seu currículo, carta de intenção e participa de entrevistas e do programa de trainee. O objetivo é ter um quadro de colaboradores diferenciado e comprometido, que agregue valor competitivo. 

Pensando no futuro, a intenção de Ferrarini é fazer com que os colegas da empresa júnior e de estudo se tornem também parceiros em empresas de consultoria, após a conclusão do curso. "Como já nos conhecemos é mais fácil, pois sabemos o perfil e o potencial de cada um", afirma.  

Incubadoras de bons projetos 

Outra boa oportunidade para os estudantes empreendedores é recorrer às incubadoras tecnológicas, que além de atenderem os mais distintos públicos e empresas de segmentos variados, também estão de portas abertas para projetos de acadêmicos.  

Segundo o professor doutor do Departamento de Economia da Universidade Estadual de Maringá (U.E.M) e coordenador do grupo de apoio empresarial da Incubadora Tecnológica de Maringá, Marcelo Farid, explica que para ser encubado o projeto tem de apresentar uma proposta que contemple produtos ou serviços pautados em novas tecnologias, com chances reais de se destacar no mercado consumidor.  

Após essa primeira etapa, é feito o preenchimento de um cadastro de inscrição, disponibilizado no site da incubadora (www.incubadoramaringa.org.br), e que aborda tópicos que testam a viabilidade do projeto.  

O candidato que inscreveu o projeto, posteriormente, passa para uma segunda etapa de testes, que inclui a elaboração de um plano de negócios, com o detalhamento do produto ou do serviço proposto. 

O próprio processo metódico já serve como um crivo para demonstrar as chances de sucesso do projeto. Além disso, os encubados têm contato com parceiros importantes para o seu crescimento, possuem uma ótima estrutura física e mão de obra qualificada à disposição, têm acesso a editais de fomento e a captação de recursos, encontram facilidade na transmissão de tecnologia e gozam de maior facilidade na divulgação de sua marca. "Essas são algumas das vantagens em compartilhar desse habitat de inovação, que é a incubadora tecnológica", diz Farid.