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Cidadania

Ocupa??o e renda para quem o mercado exclui

Segunda-feira, 13 de junho de 2011

Última Modificação: 25/01/2017 16:41:28 | Visualizada 175 vezes


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Os problemas que podem afetar a saúde mental já é uma das principais causas de afastamento do trabalho. No ano passado, pelo menos 80 mil profissionais tiraram licença pelo Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) para tratamento médico. 

 

A Organização Mundial da Saúde calcula que uma a cada 100 pessoas sofrem de depressão. No mercado formal, portadores de algum tipo de transtorno mental não conseguem trabalho ou são rapidamente dispensadas. 

 

Esse sofrimento afeta os familiares e o próprio paciente, que acaba se isolando socialmente para fugir do preconceito. A Associação Maringaense de Saúde Mental está conseguindo ajudar essas pessoas e seus familiares a minimizar os problemas ao oferecer ocupação e interação social. 

 

A entidade surgiu há 11 anos, depois de um evento em defesa do tratamento de saúde mental fora dos manicômios. O casal de aposentados João Sckramim e Maria Cléia, que tinham na família um portador de esquizofrenia, abraçaram a causa e passaram a ajudar outras pessoas. 

 

Os projetos são desenvolvidos para homens e mulheres, todos adultos. Os recursos dos ministérios da Saúde e do Trabalho garantem a aquisição de equipamentos e matéria-prima. 

 

Segundo o coordenador, os homens participam do "Pescando Mentes". A principal atividade do grupo é produzir equipamentos e ferramentas para pesca esportiva, além de serviços gráficos terceirizados também manuais como dobraduras e colagens. 

 

"Lá fora, ninguém dá valor a eles. Quando chegam em casa com o dinheiro, do próprio trabalho, ficam muitos felizes. A renda aqui é muito mais humana e social do que financeira", insiste. "Eles se divertem e dividem os lucros", completa. 

 

O trabalho tem horários flexíveis porque eles precisam ir a consultas e sessões de psicoterapias, o que consome parte do tempo. Nesse caso, produtividade é o que menos importa. E o mais importante, segundo João Sckramim, é que não há pressão e nem cobranças. "Eles só podem trabalhar com as mãos". 

 

Podem ingressar no grupo voluntários dispostos a contribuir, familiares que querem lida melhor com os pacientesportadores de transtorno mental, como síndrome do pânico, esquizofrenia, depressão, transtorno bipolar, entre outros. Toda a produção é vendida em eventos voltados à área de saúde, em Maringá. "Temos pessoas que saíram daqui tão bem que hoje estão novamente inseridas no mercado de trabalho", conta. 

 

Para elas 

 

Já as mulheres são as protagonistas do Projeto Girassol. São também portadoras de algum tipo de transtorno mental, voluntárias e pessoas que buscam ocupar a mente e prevenir problemas futuros de ordem mental. Maria Cléia, que é professora aposentada, coordena um grupo de aproximadamente 20 mulheres. 

 

Ela comenta que as participantes ganham vida nova ao ao ingressar no projeto. "Muda tudo, elas têm uma motivação para viver. Fazem coisas muito bonitas e o trabalho só resgata a autoestima. O clima no grupo é tão gostoso que a gente sente falta quando não vai. É um amor fraterno. Todos ganham porque o projeto faz bem aos outros e a nós mesmos", comenta. 

 

As mulheres ocupam o tempo fazendo de tricô, crochê, patchwork (peças feitas a partir de retalhos e com muita arte), entre outras atividades manuais. 

 

Apesar das limitações impostas pelo transtorno mental, elas conseguem manter a qualidade da produção. "São pessoas muito inteligentes", garante a coordenadora.  

Inteligência 

 

Estudos em psiquiatria evidenciam que o nível de inteligência das pessoas que sofrem de transtorno bipolar, uma das síndromes mais diagnosticadas nos consultórios e que se caracteriza pela alternância de depressão e euforia, é acima da média da população.

 

Fonte: Josi Costa/www.odiario.com

Os pacientes que frequentam os projetos são encaminhados pela rede municipal de Saúde de Maringá Crédito: Ricardo Lopes
Legenda: Os pacientes que frequentam os projetos s?o encaminhados pela rede municipal de Sa?de de Maring?

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