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Quarta-feira, 06 de abril de 2016
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A produção de cafés especiais no Paraná cresceu entre 10% a 15%, em relação ao volume colhido no Estado, nos últimos 10 anos. Com uma produção anual de 1,2 milhão de sacas de café beneficiadas no ano passado, o café do Paraná começa a ser reconhecido pela sua qualidade, o que dá acesso a mercados mais valorizados, graças ao incentivo aos produtores pelo concurso Café Qualidade Paraná, promovido pela Secretaria da Agricultura e do Abastecimento e entidades parceiras.
Para o secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, se o Estado não é mais o maior produtor de café, como foi no passado, caminha agora a passos largos para ser reconhecido como um dos melhores cafés em qualidade. Essa mudança de paradigma é resultado do trabalho desenvolvido por entidades públicas como Emater, Iapar e parceiros da iniciativa privada que acreditam e investem nessa iniciativa, disse Ortigara
Esse clima de otimismo marcou nesta terça-feira (05), em Curitiba, a solenidade de entrega de 10 mil pacotes de café de lotes especiais produzidos no Paraná. O evento, que contou com a participação das entidades patrocinadoras, encerrou o 13º Concurso Café Qualidade Paraná 2015, e teve como vencedoras três mulheres do Norte Pioneiro:
Maria Aparecida Maciel Gomes, do município de Japira e campeã na categoria Microlote, da Agricultura Familiar; Eloir Nogueira de Souza, de Pinhalão, e campeã da categoria Cereja Descascado. E Ceres Trindade de Oliveira Santos, de Joaquim Távora, campeã da categoria de Café Natural. Ceres foi campeã do concurso nacional de café promovido pela Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), na categoria Café Natural.
Ortigara falou sobre a adesão dos patrocinadores que acreditam no trabalho desenvolvido pelos técnicos da Emater, Iapar e pela Câmara Setorial do Café. “Agora esses patrocinadores podem agradar seus clientes com um presente que simboliza uma produção paranaense de qualidade, com acesso aos bons mercados do mundo”, disse. São 10 os patrocinadores masters, que repassaram os recursos para a compra dos cafés premiados, que podem ser repassados aos seus clientes.
Para o secretário, o desafio de produzir os melhores cafés continua, o que exige a incorporação de novas práticas como a colheita mecânica, manejo adequado no adensamento, na colheita, na secagem. “Vale a pena investir na cultura porque nosso desafio é que os produtores paranaenses que cultivam o café recebam acima dos valores de mercado”, acrescentou.
Segundo Ortigara, o café do Norte Pioneiro foi o primeiro produto a ser contemplado com Indicação Geográfica, do Ministério da Agricultura, que confere e certifica a qualidade da produção.
Os cafés premiados das produtoras vencedoras do Concurso foram comprados pela comissão organizadora do Concurso, no mínimo preço fixado pela Bolsa Mercantil de Futuros (BM&F mais 30,3%), que foi equivalente a R$ 740,00 a saca na época do concurso. Esse preço de compra variou até R$ 1.500,00 a saca, valorizando a iniciativa das produtoras em produzir um café especial de qualidade.
A produtora Ceres Trindade de Oliveira disse que a vitória das mulheres tinha o pedacinho de cada uma das instituições que ajudam na promoção do concurso Café Qualidade Paraná, pela dedicação ao trabalho das mulheres. Para ela, o concurso é precioso para a cafeicultura paranaense porque incentiva que sejam adotadas cada vez mais as técnicas do bom manejo em todas as etapas de produção do café.
Segundo o secretário executivo da Câmara Setorial do Café, Paulo Franzini, o Concurso Café Qualidade 2015 envolveu 300 cafeicultores, sendo que 95 deles foram classificados para as fases regionais, 45 para a fase estadual e 15 produtores foram premiados.
Além da valorização recebida com a compra do café premiado, os produtores receberam prêmios em dinheiro como R$ 5.000,00 para os primeiros vencedores nas três categorias, Café Natural, Cereja Descascado e Microlote da Agricultura Familiar. Os segundos colocados de cada categoria receberam R$ 3.000,00 e os terceiros colocados em cada categoria receberam R$ 2.000,00.
EMATER - O resultado surpreendente em que três mulheres foram as campeãs do concurso, sendo uma delas campeã nacional, não foi por acaso disse o presidente do Instituto Emater, Rubens Niederheitmann. Segundo ele, tem um trabalho da Emater que desde 2013 vem organizando as mulheres produtoras de café a participarem do concurso.
Para 2016, o 14º Concurso Café Qualidade Paraná, que será lançado em Londrina, na Expolondrina, deverá ser mais surpreendente ainda com o aumento da participação das mulheres cafeicultoras, disse a extensionista social da Emater, Cintia Mara Lopes de Souza, que coordena o projeto Mulheres do Café.
Esse projeto foi coordenado em 11 municípios do Norte Pioneiro, que formaram 11 grupos de mulheres, e que hoje envolve 163 mulheres cafeicultoras. As produtoras são auxiliadas com assistência técnica em todas as etapas de produção, desde o plantio, colheita, secagem e comercialização.
Atualmente esse projeto integra a Aliança Internacional das Mulheres do Café, que está presente em 16 países, e reconhece que o café produzido no Paraná já é referência e qualidade e valorização financeira.
“Como esse universo era extremamente masculino – conta Cintia Mara Lopes – vimos a necessidade de criar um reduto para inserir as mulheres cafeicultoras em nossos processos de capacitação, com repasse de conhecimento onde elas se sentissem à vontade para perguntar e interagir”, disse Cintia Mara Lopes de Souza. “O resultado foi surpreendente e deverá surpreender ainda mais”, afirmou a técnica.
Os parceiros contemplados com os cafés especiais foram: Banco do Brasil, Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar), Federação da Agricultura do Estado do Paraná e Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Faep/Senar), Federação dos Trabalhadoras na Agricultura do Estado do Paraná (Fetaep), Cooperativa Integrada, Sebrae, Sicredi e Itaipu Binacional.
O Concurso Café Qualidade é promovido pela Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, Instituto Emater, Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), Câmara Setorial do Café e Associação dos Engenheiros Agrônomos de Londrina, que faz a gestão dos recursos dos parceiros. Conta com apoio do Consórcio Pesquisa Café, do Ministério da Agricultura, e das cooperativas Cocamar, que cedeu suas instalações para a moagem dos cafés, Copacol, Integrada e Cocari.
Fonte: AEN - Agência Estadual de Notícias