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Agricultura

Governo revitaliza caminhos da soja, da propriedade ao porto

Terça-feira, 24 de junho de 2014


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São muitos os caminhos percorridos pela soja produzida no Estado até chegar ao Porto de Paranaguá. As cargas passam pelas estradas rurais, trafegam por rodovias e ferrovia até chegar ao cais para exportação. Todos esses caminhos passam por processos de revitalização e modernização, com fortes investimentos do Governo do Estado. 

“Da porteira para dentro, o homem do campo faz seu trabalho muito bem feito. Nós focamos o trabalho da porteira para fora, com medidas para incentivar a agricultura e melhorar o transporte e a logística”, afirma o governador Beto Richa. 

Entre os principais programas que beneficiam os produtores rurais paranaenses está a Patrulha do Campo, que readequou 2 mil quilômetros de estradas rurais do Estado. Realizado em parceria com consórcios intermunicipais, as Patrulhas já chegaram a 109 municípios, atendendo a mais de 138 mil produtores. 

Morador de Ortigueira, nos Campos Gerais, o agricultor Deolindo Pereira da Costa é um dos beneficiados pelo programa. “Quando vi esse maquinário chegando falei que nosso progresso estaria vindo com ele. Para a gente que planta, ficou bem melhor para carregar a soja e também para a criação de gado”, afirma. 

Com o programa, o Governo do Estado repassa aos consórcios um conjunto com 13 equipamentos para executar a readequação e modernização das estradas. Os projetos são realizados com acompanhamento técnico para que a obra tenha maior durabilidade. 

O coordenador da Patrulha do Campo, o engenheiro Jair Vedrusculo, detalha o impacto positivo dessas ações. “Além de permitir a boa trafegabilidade, a ação atua como um instrumento de preservação dos recursos naturais, reduz os custos de manutenção e aumenta a vida útil das estradas”, explica. 

O engenheiro também ressalta que as melhorias refletem diretamente na qualidade de vida de quem mora no campo. “Com estradas revitalizadas, o transporte da produção e dos insumos fica mais fácil e barato, o que valoriza as propriedades e melhora a vida da população rural do Estado”, diz. 

RODOVIAS – Das estradas rurais, os caminhões carregados de soja chegam às rodovias que cortam o Estado, onde o governo executa o maior programa de melhoria da infraestrutura viária da história do Paraná. 

Desde 2011, o Governo do Paraná já investiu R$ 606 milhões para melhorar a malha rodoviária estadual. Até o final deste ano, serão investidos outros R$ 234 milhões, totalizando R$ 840 milhões. 

As obras fazem parte do Programa Estadual de Recuperação e Conservação de Estradas Pavimentadas (Perc) e beneficiam todas as regiões do Paraná. No programa, cerca de 60 equipes, com quase dois mil homens, trabalham ao longo de 12 mil quilômetros de rodovias, de forma permanente. 

As equipes fazem a manutenção e recuperação do asfalto, limpeza de vegetação, valeta, bueiros, meio-fio e placas. Além disso, tem a responsabilidade de melhorar a sinalização vertical e horizontal das pistas. 

O Estado também articulou com as empresas a retomada de importantes obras nas estradas concessionadas. Com isso, foi possível antecipar diversas intervenções programadas para o Anel de Integração, como a duplicação de aproximadamente 337,7 quilômetros de rodovias. 

O caminhoneiro Julio José Karpinski mora em Guarapuava, município onde é feita duplicação da BR-277, e acredita que as obras trarão benefícios tanto aos moradores como aos motoristas que trafegam pela rodovia. “É uma obra muito importante que vai ajudar a melhorar o fluxo, principalmente na área urbana de Guarapuava. Vamos ter mais segurança para rodar pela rodovia e o trânsito vai fluir melhor, principalmente durante o escoamento de safra”, diz. 

Os investimentos realizados pelo governo têm mostrado bons resultados. Pesquisa da Confederação Nacional de Transporte (CNT), divulgada no fim do ano passado, apontou que o Paraná tem as melhores estradas do Sul do Brasil e a terceira melhor malha rodoviária do País, atrás de São Paulo e do Rio de Janeiro. 

O estudo avaliou que 62,8% das rodovias estão em boas e ótimas condições de trafegabilidade e 21,9% estão regulares. Em 2010, a mesma pesquisa havia apontado que 25% da malha rodoviária estava em péssimas ou más condições de rodagem e 35% em condições regulares. Na época, o Paraná era o Estado com as piores rodovias da região Sul. 

CONTÊINERES – Além da infraestrutura, projetos de logística também fazem parte do plano do governo para apoiar a agricultura. Entre eles está a proposta da Companhia de Desenvolvimento Agropecuário do Paraná (Codapar) para otimizar o transporte de grãos para a exportação. A empresa, vinculada à Secretaria da Agricultora e do Abastecimento, está utilizando contêineres para o escoamento de soja, milho e farelo de soja. 

“Os contêineres chegavam ao Porto de Paranaguá com produtos manufaturados e retornavam vazios ao Exterior, ocupando o mesmo espaço nos navios”, explica o gerente comercial e de novos negócios da Codapar, Francisco Carlos Alves. “Agora, além de atender a essa demanda, vendemos a clientes que procuram volumes menores de grãos, que não precisam mais depender exclusivamente das grandes exportadoras”. 

O serviço de estufamento começou pelo Porto Seco de Cascavel, que movimenta de dez a 15 contêineres de soja por dia, com capacidade de armazenagem de 27 toneladas cada um. A Codapar prevê, ainda, adaptar os terminais de Araucária, Campo Largo, Ponta Grossa e Maringá para o carregamento de contêineres. 

A expectativa da companhia é ampliar a movimentação de contêineres no Porto de Paranaguá, que é referência nacional nesse tipo de transporte. “Nosso objetivo é realizar todo o transporte dentro do Estado, direcionando os carregamentos ao Porto de Paranaguá e gerando ainda mais renda ao Paraná”, completa Alves. 

TRILHOS – A soja paranaense também faz seu caminho pelos trilhos de trem. A Estrada de Ferro Paraná Oeste (Ferroeste), que chegou a registrar prejuízos mensais de R$ 1 milhão na gestão anterior, voltou a receber investimentos do Governo do Estado. Com a aquisição de duas novas locomotivas e modernização da frota, a ferrovia aumentou em 50% sua capacidade de tração. 

No ano passado, 610,4 mil toneladas de produtos foram transportadas pela Ferroeste. Pelos trens da empresa são escoados até o Porto de Paranaguá grãos (soja, milho e trigo), óleo vegetal, farelos e contêineres frigorificados. No sentido inverso, a ferrovia transporta insumos agrícolas, cimento e combustíveis ao interior do Estado. 

Além da melhoria operacional, desde o início da atual gestão a diretoria vem tomando uma série de medidas técnicas e operacionais para aperfeiçoar o desempenho da ferrovia, reduzindo o ciclo de viagens dos trens, racionalizando procedimentos administrativos e investindo no melhoramento das operações. 

A empresa reduziu, por exemplo, o tempo de permanência das composições no terminal de Guarapuava. Investimentos na via permanente e na condução dos maquinistas permitiram também a redução do transit-time (tempo de transporte) em cerca de 30%. 

Com os bons resultados, as empresas parceiras que operam no Estado estão mais confiantes para atuar com a Ferroeste. A Lustoza Agrologística está investindo R$ 9,3 milhões no complexo de Guarapuava. Parte da obra, que inclui um ramal ferroviário, já está pronta. A Cotriguaçu inaugurou, no início do ano, a primeira fase de seu terminal ferroviário em Cascavel, com investimento inicial de R$ 40 milhões. 

PORTO – Transportada em contêineres, vagões e caminhões, a soja chega ao Porto de Paranaguá com destino ao mercado internacional e segue para portos da China, Coreia do Sul, Itália, Taiwan, Argentina, Alemanha, Estados Unidos, México, França, Rússia, Bielorrússia, Canadá e Suécia. 

Para atingir esses mercados e tornar os portos mais competitivos, o Governo do Estado executa o maior pacote de investimentos já realizado na história dos terminais paranaenses. São R$ 470 milhões em obras de melhoria, infraestrutura e projetos estruturantes. 

Entre os destaques, estão três campanhas de dragagem feitas nos últimos três anos, que devolveram a profundidade original aos canais de acesso e berços de atracação dos portos. Também foram adquiridos quatro novos carregadores de navios (shiploaders), que vão aumentar em 30% a produtividade do Corredor de Exportação. 

As obras incluem, ainda, a recuperação das vias de acesso no entorno do Porto de Paranaguá, novas portarias e balanças rodoviárias no acesso ao cais comercial, implantação do monitoramento eletrônico dos embarques de grãos no Corredor de Exportação, além do projeto do Píer em T, que terá uma estrutura para carregamento simultâneo de quatro navios graneleiros. 

Outro diferencial adotado no Porto de Paranaguá é o sistema de agendamento de cargas, que facilita o trabalho dos motoristas que descarregam no local. Eles são informados com uma mensagem de texto pelo celular quando a entrada do caminhão no Pátio de Triagem é autorizada. 

Aguardando a descarga dos caminhões no Corredor de Exportação, Valter das Neves e Jocemar Lira foram unânimes em afirmar que o sistema foi uma das grandes melhorias que aconteceram nos últimos meses no Porto de Paranaguá. “Uma ação simples que nos traz tranquilidade”, afirmou Valter das Neves. 

Já Jocemar Lira lembra que agora é bem melhor receber a carga com destino a Paranaguá. “Sabemos que não iremos mais encontrar as grandes filas para entrar no Pátio de Triagem”, diz. Moradores de cidades pequenas como Borrazópolis e Mauá da Serra, eles costumam vir ao Porto duas vezes por semana, trazendo cargas da região de Maringá e Apucarana. 

Fonte: Agência Estadual de Notícias

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