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MP ajudar? no cumprimento de novo regimento escolar do Rio

Sábado, 17 de abril de 2010


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Diretores e professores da rede municipal já contam com dois importantes aliados para garantir o cumprimento pelos alunos do novo Regimento Escolar, que entrou ontem em vigor: o Ministério Público, que funcionará como uma espécie de consultor para casos mais graves de desobediência, e os pais dos estudantes, que aprovaram as normas. O regimento, entre outras medidas, proíbe as chamadas ‹pulseiras do sexo‹, bonés e aparelhos eletrônicos nas escolas, como antecipou o jornal O Dia nessa quinta.

O objetivo é devolver aos mestres a autoridade perdida. Eles terão respaldo, por exemplo, para reter por dois dias o celular do aluno que usar o telefone em sala de aula. "Queremos resgatar a autoridade dos professores", explicou a secretária municipal de Educação, Cláudia Costin, acrescentando que os educadores serão responsáveis por observar o cumprimento das determinações. A direção poderá decidir até pela transferência do aluno que insistir na transgressão.

Mãe de três estudantes da rede municipal em Olaria, Andrea Santos, 35 anos, elogiou as regras. "Muitos pais não entendem quando o professor toma o celular do aluno, mas esses aparelhos atrapalham a concentração", diz Andrea, que também se preocupa com as pulseirinhas. "Até meu filho de 5 anos disse que queria. Conversei em casa, expliquei que não era bom usar a pulseira e entenderam", contou. José Ricardo Moreira, pai de aluna de 12 anos, já faz a filha cumprir as regras: "Ela não usa celular na sala nem essa pulseira da moda. Nós conversamos com ela. As normas são ótimas. Precisam do apoio dos pais". O professor de História Marcos Amorim lembra que o exemplo precisa vir também dos mestres: "Temos que desligar o celular também", disse.

Nessa quinta os alunos de escolas municipais na Tijuca, Maracanã e Praça da Bandeira, embora estivessem acostumados com esse tipo de recomendação, os alunos se assustaram ao saber, pelos professores, que a desobediência às regras poderá resultar na perda temporária dos objetos pessoais. "Ninguém quer ouvir sermão em casa", diz a estudante da Escola Municipal Martin Luther King, na Praça da Bandeira, Dominique Lima, 14.

O celular é o item proibido mais polêmico. As amigas Aline Abel, 13, Adriana Brito da Silva, 12, Keitura Suane, 13, usam por recomendação dos pais. "Minha mãe quer poder falar comigo a qualquer hora. Deixo o celular para vibrar em cima da mesa", conta Aline. E o estudante V., 17, admite usar o MP5 que ganhou dos pais para colar nas provas. "Gravo partes da matéria aqui e escuto na hora da prova. Ninguém percebe", confessa o menino, que também usa as pulseirinhas do sexo.

Professora da Faculdade de Educação da Uerj e ex-diretora de escola municipal, Bertha do Valle diz que, para ser eficiente, o regimento preciso vir com empenho dos pais e ações pedagógicas pertinentes. "É preciso que as escolas tenham diálogo com alunos e que pais ajudem na aplicação dessas medidas", diz.

Registro policial para transgressões graves
Segundo o coordenador da Promotoria da Infância e Juventude, Roberto Medina, a orientação à direção em transgressões graves (alunos com armas de fogo, agressões físicas ou depredação da escola) é registrar o caso na delegacia. "Nossa recomendação é que o jovem seja submetido a medidas socioeducativas cabíveis", explicou o promotor, que elogiou o regimento: "Vai ajudar diretores e professores a agir".

Moda entre crianças e adolescentes, as pulseiras são um perigoso jogo (cada cor corresponde a um ato sexual que deve ser cumprido quando o acessório arrebentar) e viraram caso de polícia. Em março, uma menina de 13 anos foi estuprada no Paraná por quatro rapazes que arrebentaram as pulseiras dela. No último dia 5, em Manaus, a morte de duas adolescentes teve como suspeita o uso de pulseiras coloridas.

Uma das jovens, de 14 anos, foi encontrada morta em um quarto de hotel com seis pulseiras coloridas que, segundo a polícia, foram arrebentadas pelo autor do crime. A outra possível vítima, também adolescente, foi esfaqueada na noite da Sexta-feira Santa, no bairro Valparaíso, também em Manaus. Ao lado do corpo da menor, foram encontradas duas pulseiras arrebentadas.

No Rio, escolas particulares têm pedido aos pais que não deixem seus filhos usarem as pulseiras.

 

Fonte: Terra

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