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Jogadores entram em greve para cobrar sal?rios

Atletas do Paran? n?o participam de treino em protesto ao atraso na remunera??o.Grupo volta ao trabalho hoje, mas amea?a parar novamente na quinta

Terça-feira, 16 de março de 2010


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Os jogadores e funcionários do de­­partamento de futebol do Pa­raná entraram em greve ontem. Após a vitória por 2 a 0 sobre o Nacional, no domingo, os atletas pe­diram, ainda no vestiário, os pagamentos de salários e prêmios em atraso. “Não houve empolgação nenhuma (com o resultado). Parece até que teve efeito contrário”, afirmou o gerente de futebol, Beto Amorim, sobre a decisão do grupo.

A paralisação começou às 16 horas desta segunda-feira, horário marcado para o treino na Vila Ca­­panema. Os profissionais esperavam uma reunião com dirigentes do clube para discutir as dívidas, marcada para as 15h30. Como nin­­guém apareceu, eles deixaram o estádio sem nem sequer calçar as chuteiras. Todavia, garantiram se apresentar para o treino desta manhã, ir à concentração e para o jogo contra o Sport, amanhã, às 21h50, pela Copa do Brasil. Caso os débitos não sejam pagos, retomam o protesto na quinta-fei­­ra.

Háuma semana, o presidente do Pa­­raná, Aquilino Romani, confirmou à Gazeta do Povo que havia pendências na folha salarial e previa uma solução “para os próximos dias”. Os atletas decidiram não es­­perar mais e manifestaram que o gesto é também em apoio aos demais funcionários do departamento de futebol, que ainda não receberam os primeiros salários de 2010 e reforçaram o motim.

Os boleiros não falaram oficialmente, mas – com a condição de não serem identificados pela reportagem – confirmam o atraso na remuneração de fevereiro, de premiações dos jogos da Copa do Brasil e de cinco rodadas do Paranaense. Os débitos foram confirmados por Beto Amorim.

Jogadores do elenco de 2009 também não receberam direitos de imagem de duas partidas da Série B. No Ninho da Gralha, sede das categorias de base, a falta de pontualidade também descontenta os empregados.

Os funcionários do futebol tricolor já haviam ameaçado uma operação “braços cruzados” nesta temporada. No início de fevereiro, reclamavam o pagamento de 13.º salário e dos valores referentes a dezembro de 2009. Sem os depósitos, não trabalhariam no clássico contra o Atlético (7/4). A diretoria do Paraná fez o acerto em parcelas.

Assim como ocorreu ontem, o pagamento em atraso causou uma greve dos jogadores em 24 de novembro de 2009, vésperas da última rodada da Segundona, contra o Fortaleza. Reclamavam um salário em haver e dois direitos de imagem – dívida que giraria em torno de R$ 1 milhão. Na mesma tarde voltaram às atividades.

As dívidas paranistas já foram parar na Justiça do Trabalho. O Tri­­color enfrenta uma ação movida pelo meia Caio, do time júnior, que reclama atrasos e falta de depósitos do FGTS. A primeira au­­diên­cia é em 19 de abril. O meia Cristian (também da base), o goleiro Rodol­­fo, os atacantes Davis e Clênio e o ex-técnico Sérgio Soares, do elenco principal, também reclamaram na Justiça, mas fizeram acordo.

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Interatividade

O direito de greve também vale para os jogadores de futebol? Você concorda com a reação dos atletas do Paraná?

Escreva para arquibancada@gazetadopovo.com.br

As cartas selecionadas serão publicadas na Gazeta Esportiva.

A diretoria
Cúpula do clube evita o assunto

Os jogadores do Paraná só falaram sobre a paralisação de ontem com a condição de não serem identificados. A diretoria do Tricolor, nem assim se manifestou. Coube ao gerente de futebol, Beto Amorim, informar que esperava alguma solução para os atrasos nos pagamentos dos funcionários na reunião de conselheiros, realizada ontem à noite na sede da Kennedy.

Ele mesmo disse esperar por um posicionamento dos dirigentes do Tricolor. Além disso, só o silêncio. A assessoria de imprensa do Paraná informou que o presidente, Aquilino Romani, não se pronunciaria. O cartola manteve seu telefone celular desligado durante todo o dia. O mesmo fez o vice-presidente, Aramis Tissot. O diretor de futebol, Guto Mello, não chegou a desligar o aparelho. Mas não atendeu às ligações.

A única frase da diretoria paranista foi do vice-presidente de finanças, Aurival Correia: “Só o presidente fala sobre esse assunto”.

Ausência da torcida agrava a crise financeira
Angelo Binder

A crise financeira no Paraná, que motivou a paralisação das atividades ontem, passa pela arquibancada quase deserta da Vila Capanema. O recorde negativo de público do Tri­­color no Estadual foi batido no domingo, na vitória por 2 a 0 diante do rebaixado Nacional. Pú­­blico pagante de 1.330 espectadores, uma renda bruta de R$ 18.835.00.

Apesar da campanha de recuperação no Paranaense (invicto há seis jogos e classificado à segunda fase), o Tricolor tem uma baixa presença de público no Durival Britto. Em sete jogos, o Paraná fechou com uma média de 2.691 pagantes. Quatro jogos deram prejuízo os cofres tricolores. Contra o Iraty, no sábado de carnaval, por exemplo, houve um déficit de R$ 14.931. As partidas contra Cascavel e Ope­­rário também deram prejuízo – R$ 5.171 e R$ 10.540, respectivamente. Fechando a conta negativa, contra o Nacional: R$ 14.697.

Lucro mesmo somente em três ocasiões. No clássico diante do Atlético, com R$ 42.480. Foram 6.213 pagantes – recorde do Pa­­raná no Estadual. Desse total, 931 eram torcedores rubro-negros, responsáveis por R$ 29.240 da arrecadação bruta. As partidas contra Rio Branco e Paranavaí renderam R$ 15.572 e R$ 2.790 aos cofres do clube, nesta ordem. Na briga contra o rebaixamento, o Leão da Estra­­dinha, por exemplo, tem média de público superior à do Paraná.

Fonte: Adriana Brum

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