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UEL come?a a planejar corte de 212 cargos na segunda-feira

Universidade tem at? o dia 31 de mar?o para cortar 212 cargos de confian?a e fun?es gratificadas para se adequar a projeto aprovado na Assembleia Legislativa no final do ano passado

Segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010


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A Universidade Estadual de Londrina (UEL) começa a discutir na segunda-feira (22) a reestruturação administrativa que cortará 212 cargos de confiança e funções gratificadas. Estes postos de serviço deixam de existir a partir do dia 1º de abril. A reformulação é necessária para atender a um projeto de lei aprovado no final de 2009 pela Assembleia Legislativa do Paraná.

Nesta semana, a assessoria de imprensa da UEL divulgou uma comparação do quadro atual de funcionários e como ficará a estrutura depois da reforma. O estudo foi elaborado pela Pró-reitoria de Recursos Humanos (RH) e a maior redução no número de cargos ocorrerá para os assessores especiais, que passa de 86 para 5, ou seja, 81 vagas serão extintas

Segundo o pró-reitor de RH, Fábio Martins, o projeto de lei levou em consideração o número de alunos da Universidade Estadual de Maringá (UEM), incluindo cursos presenciais e à distância. Como a UEL não tem cursos na última modalidade, o corte foi maior. “Em número de alunos presenciais temos mais graduandos do que a UEM. Porém, a Universidade de Maringá tem quase 6 mil alunos à distância e a UEL não tem nenhum. Agora estamos sofrendo o prejuízo de administrações passadas”, afirmou.

Orquestra sob fogo cruzado

De acordo com a assessoria de imprensa, a universidade também estudará formas de evitar a interrupção de alguns órgãos como a Orquestra Sinfônica (OSUEL), já que os cargos de maestros titular e adjunto, além de 13 chefes de naipes, não foram contemplados com a reestruturação.

Com o corte de 15 cargos, a Osuel está sob fogo cerrado no conflito entre dois grupos políticos. De um lado, o reitor da UEL, Wilmar Marçal; do outro, a secretária estadual de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), Lygia Pupatto.

Em entrevista ao JL, no último dia 11, o reitor admitiu que a orquestra pode chegar ao fim, após 26 anos de atividade: “A gente torce para que, mesmo com esses cortes, os músicos não desanimem e a orquestra não acabe.” Marçal atribui ao governo do Estado – em especial à Seti – a responsabilidade pelos cortes na orquestra. Segundo ele, a UEL terá que fazer os cortes para cumprir a lei estadual 16.372, de 30 de dezembro de 2009. “Essa lei foi aprovada no apagar das luzes de 2010”, critica Marçal. “Os cortes na UEL e em outras instituições estão sendo feitos para dar sustentação legal à criação de outros cargos na Unip (Universidade Estadual do Norte Pioneiro) e na Unespar (Universidade Estadual do Paraná), conforme os interesses eleitorais de membros e apoiadores do governo.”

A secretária Lygia Puppato contra-atacou dizendo que Wilmar Marçal criou 66 cargos comissionados nos últimos dois anos. “A lei não prevê cortes de cargos na orquestra. Quem vai fazer os cortes previstos é a própria universidade, dentro de sua autonomia administrativa. Nos últimos dois anos, criaram quase 70 cargos e agora querem cortar na orquestra? Logo na orquestra, cujo valor nós conhecemos, onde as pessoas trabalham com seriedade?”

“A orquestra não vai deixar de existir”, garante diretora

A diretora da Casa de Cultura da UEL, Janete El Haouli, garante que a Osuel não vai acabar. “Não sei de onde tiraram essa informação”, diz a musicista. “É um absurdo, uma precipitação afirmar isso.”

Janete esclareceu que não haverá diminuição do número de músicos na orquestra – atualmente, são 46. “Esses músicos fizeram concursos públicos, são estatutários, pertencem aos quadros da Casa de Cultura. O que a reforma pode extinguir são as funções gratificadas, não os cargos.” Se aplicada aos quadros da Osuel, a reforma administrativa vai significar, segundo ela, o fim da gratificação para os 13 chefes de naipe (cerca de R$ 200 para cada músico). “Isso não quer dizer que a orquestra vai deixar de existir.”

 

Fonte: Jornal de Londrina

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